Mês da Mulher: Formando Pessoas para a Vida Por Dra. Ana Maria Malik
A primeira história da série de entrevistas para o Mês da Mulher é da Dra. Ana Maria Malik, Médica, Mestre em Administração de empresas e Doutora em Medicina Preventiva.
Dra. Malik é Professora titular e Pesquisadora da FGV-EAESP, Professora Convidada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Coordenadora do GVSaúde, Diretora Adjunta do PROAHSA e Presidente do Conselho da Associação Latina para Análise de Sistemas de Saúde (ALASS).
Seu relato ilustra uma brilhante carreira, que começou pela medicina, passando pela gestão de grandes instituições de saúde e que seguiu pela academia. Sempre com muita delicadeza e feminilidade.
Esperamos que todos se inspirem, assim como nós.
Formando Pessoas para a Vida
Por Dra. Ana Maria Malik
Desde sempre eu quis fazer medicina, porque queria entender o funcionamento do ser humano (e do seu corpo). Mas descobri, no momento da opção pela residência médica, que o conhecimento da medicina não seria suficiente para o que eu queria. Acabei optando por estudar gestão em saúde, para tentar garantir melhores condições de saúde para a população. Tive uma mestra, argentina, mulher de muita classe e muito charme, que me alertou para o fato de que muito se pode fazer, sem perder a feminilidade, pelo contrário, num terreno antigamente ainda tão masculino. E nesse caminho comecei a trabalhar no rodamoinho da gestão, como executiva e, sempre, mulher. Tentaram me diminuir por ser mulher, usando os estereótipos do gênero, mas eu consegui romper, na carreira, o teto de vidro. Para fugir dos estereótipos, confesso que também me espelhei em homens admiráveis.
Recebi naquela época convites para fazer palestras, primeiro, e depois para me responsabilizar por disciplinas inteiras. Foi quando percebi que o momento de me preparar para falar na frente de uma plateia era uma ótima oportunidade de refletir sobre o trabalho cotidiano. E ouvir o que a plateia tinha a dizer (ou a perguntar) aprofundava a reflexão. Devagarinho, passei a perceber que era possível estimular a reflexão também em quem me ouvia e este passou a ser um desafio do dia a dia.
Hoje, muitos e muitos anos depois, ainda me correspondo com aquela mestra e às vezes a encontro. Ela continua um grande estímulo para eu me manter nessa seara, porque a cada vez que nos falamos ela me provoca. Na atividade acadêmica eu me responsabilizo por aulas, por disciplinas e por cursos. Oriento trabalhos de iniciação científica, de conclusão de curso e dissertações e teses. Também tento provocar as pessoas com quem me relaciono na atividade docente, colegas e alunos. Espero que entre todos os que reclamam de quanto eu exijo haja os que, mais cedo ou mais tarde, perceberão que só quero que eles se habituem a se questionar sempre e a avançar, sem relaxar, sem se entregar ao mais fácil.
Mensagens às Mulheres
No século XXI é difícil chamar a atenção e competir com todos os estímulos do mundo conectado. Acredito sinceramente que a criatividade, a concentração, a firmeza de propósitos e o foco (que nem sempre consigo manter) e alguma delicadeza, são o que permite a sobrevivência. Além delas, uma outra característica, essa feminina, de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e…quando errar (pois é, não é se, não somos infalíveis) reconhecer o erro, pedir desculpas e corrigir. De preferência com um sorriso.
Ser mulher continua não sendo fácil, mas viver é perigoso (como dizia Guimarães Rosa), ainda bem!
A primeira história da série de entrevistas para a Semana da Mulher é da Dra. Ana Maria Malik, Médica, Mestre em Administração de empresas e Doutora em Medicina Preventiva.
Dra. Malik é Professora titular e Pesquisadora da FGV-EAESP, Professora Convidada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Coordenadora do GVSaúde, Diretora Adjunta do PROAHSA e Presidente do Conselho da Associação Latina para Análise de Sistemas de Saúde (ALASS).
Seu relato ilustra uma brilhante carreira, que começou pela medicina, passando pela gestão de grandes instituições de saúde e que seguiu pela academia. Sempre com muita delicadeza e feminilidade.
Esperamos que todos se inspirem, assim como nós.
Formando Pessoas para a Vida
Por Dra. Ana Maria Malik
Desde sempre eu quis fazer medicina, porque queria entender o funcionamento do ser humano (e do seu corpo). Mas descobri, no momento da opção pela residência médica, que o conhecimento da medicina não seria suficiente para o que eu queria. Acabei optando por estudar gestão em saúde, para tentar garantir melhores condições de saúde para a população. Tive uma mestra, argentina, mulher de muita classe e muito charme, que me alertou para o fato de que muito se pode fazer, sem perder a feminilidade, pelo contrário, num terreno antigamente ainda tão masculino. E nesse caminho comecei a trabalhar no rodamoinho da gestão, como executiva e, sempre, mulher. Tentaram me diminuir por ser mulher, usando os estereótipos do gênero, mas eu consegui romper, na carreira, o teto de vidro. Para fugir dos estereótipos, confesso que também me espelhei em homens admiráveis.
Recebi naquela época convites para fazer palestras, primeiro, e depois para me responsabilizar por disciplinas inteiras. Foi quando percebi que o momento de me preparar para falar na frente de uma plateia era uma ótima oportunidade de refletir sobre o trabalho cotidiano. E ouvir o que a plateia tinha a dizer (ou a perguntar) aprofundava a reflexão. Devagarinho, passei a perceber que era possível estimular a reflexão também em quem me ouvia e este passou a ser um desafio do dia a dia.
Hoje, muitos e muitos anos depois, ainda me correspondo com aquela mestra e às vezes a encontro. Ela continua um grande estímulo para eu me manter nessa seara, porque a cada vez que nos falamos ela me provoca. Na atividade acadêmica eu me responsabilizo por aulas, por disciplinas e por cursos. Oriento trabalhos de iniciação científica, de conclusão de curso e dissertações e teses. Também tento provocar as pessoas com quem me relaciono na atividade docente, colegas e alunos. Espero que entre todos os que reclamam de quanto eu exijo haja os que, mais cedo ou mais tarde, perceberão que só quero que eles se habituem a se questionar sempre e a avançar, sem relaxar, sem se entregar ao mais fácil.
Mensagens às Mulheres
No século XXI é difícil chamar a atenção e competir com todos os estímulos do mundo conectado. Acredito sinceramente que a criatividade, a concentração, a firmeza de propósitos e o foco (que nem sempre consigo manter) e alguma delicadeza, são o que permite a sobrevivência. Além delas, uma outra característica, essa feminina, de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e…quando errar (pois é, não é se, não somos infalíveis) reconhecer o erro, pedir desculpas e corrigir. De preferência com um sorriso.
Ser mulher continua não sendo fácil, mas viver é perigoso (como dizia Guimarães Rosa), ainda bem!