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Receita medieval contra superbactéria

Fórmula encontrada em livro de mil anos atrás destrói uma das mais assustadoras bactérias resistentes a antibióticos

 
Uma receita registrada em um livro de mil anos atrás pode se tornar opção contra uma superbactéria. A preciosidade está registrada como medicamento contra infecções oculares no Bald´s Leechbook – uma das mais antigas coletâneas de textos médicos ingleses. Mas nos testes realizados na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, revelou-se potente contra a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), uma das bactérias resistentes à ação de antibióticos que mais preocupa pelas dificuldades e gastos envolvidos em seu tratamento.
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HISTÓRIA
Freya (à dir.) e os colegas Aled Roberts e Steve Diggle (no centro)
se surpreenderam com a eficácia da preparação

 
A ideia de testar o remédio antigo foi de Christina Lee, integrante do Instituto para Pesquisa Medieval. Após traduzir a receita a partir do texto original, guardado na British Library, ela chegou aos ingredientes: alho, cebola, alho poro, vinho e uma substância extraída da bile produzida pelo estômago de vacas. O texto dá indicações precisas do método de preparo, o que inclui o uso de recipientes de bronze e a recomendação para que seja feito nove dias antes de seu uso.
A mistura conseguiu matar 90% das bactérias presentes em lesões produzidas em cobaias. Na opinião da pesquisadora Christina, o segredo de sua eficácia está na combinação de ingredientes. “Isto significa que o responsável por esse manuscrito tinha algum conhecimento sobre como diferentes componentes podem ativar uns aos outros”, disse à ISTOÉ. “Ficamos admirados com os resultados do experimento.”
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PASSO A PASSO
No manuscrito há informações detalhadas sobre o método de preparo da poção

Outra participante do estudo, Freya Harrison, também se espantou. “Sabíamos que haveria algum efeito porque já conhecíamos o potencial bactericida dos ingredientes. Mas ficamos surpresos com o quanto a combinação foi eficaz”, disse. A transformação da receita em medicamento largamente disponível é o próximo desafio do grupo. “Ainda há muito trabalho a ser feito antes de chegarmos a isso. Mas sempre há esperança”, afirma Christina.
Fotos: The British Board
Fonte: Revista IstoÉ

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