Dani Talk’s #37: Jörg Henning Dornbusch – Previsibilidade nos negócios e na vida, evolução profissional, resiliência e humildade. De CEO da BMW para o segmento da saúde.
O episódio 37 de Dani Talks está fantástico!
Dani trouxe um convidado com um currículo de dar inveja.
Jörg Henning Dornbusch, ou apenas Henning, é formado em Economia pela PUC do Rio de Janeiro com Pós-graduação em Finanças. Iniciou a sua Carreira no Bank Boston, estruturando as operações de financiamento em moeda nacional e estrangeira junto a grandes clientes corporativos. Teve uma passagem também pelo Banco Credit Commercial de France sendo responsável pelas operações de Leasing no Varejo e financiamento de bens de capital. Fundou e estruturou a BMW Services do Brasil, no inicio de sua carreira no setor automotivo premium. Morou por um tempo na California para cuidar da área de desenvolvimento de novos negócios para o mercado de atacado da BMW nos Estados Unidos. Atuou por 7 anos como CEO e presidente da BMW do Brasil, sendo responsável por trazer para o país a icônica marca MINI, a Fábrica de Motos em Manaus, a Rolls Royce e a aprovação do Projeto da Fábrica de BMW carros em Santa Catarina.
Atuou também como Investidor e executivo em Grande rede de distribuição de veículos com Matriz em São Paulo, investidor anjo e executivo na estruturação de departamentos operacionais e Financeiro de empresas Familiares, com o intuito de aprimorar processos e iniciar um projeto de governança adequado. De Setor de alimentação à Health Tech.
Atuação como Mentor de Jovens e experientes executivos, dividindo experiências, orientando para tomada de decisões e visando tornar as carreiras uma experiência excepcional.
Dani inicia o bate papo querendo saber justamente como foi a transição de carreira de Henning para o segmento da saúde e ele já inicia informando que foi inusitado. Em uma conversa de aconselhamento para uma área de marketing de uma startup, ele foi apresentado para um grupo de outra startup, que despertou o seu interesse e acabou sendo convidado para fazer parte da equipe. O fator motivador foi o GAP que existe entre o que é dito e o que é executado. Ainda mais no setor da saúde que, diferente de outros segmentos de startups, os resultados são colhidos não instantaneamente, mas em médio e longo prazo, envolvendo bem mais a parte de planejamento.
Dani quer saber se algum mercado, ao qual Henning passou, se assemelha ao que está sendo vivido hoje na área da saúde, em termos de concentração e inovação, e ele fala da linha mestre que permeia todos os segmentos, que é a evolução e o aprendizado constante, com resiliência e humildade. O desafio mesmo está em lidar com as mudanças constantes e cada vez mais frequentes, que estão acontecendo em todos os lugares. Ainda tem a questão do data lake1, coletar dados e transformá-los em análises preditivas e atuação, sem esquecer da ESG2, que faz parte da inovação e da rotina.
Com relação aos Stakeholders na área da saúde, Dani questiona sobre a necessidade de clareza em relação ao tema ESG. Henning francamente nega, pois ainda tem processos que estão engatinhando, apesar de que as ideias já estão disseminadas. Temos a péssima cultura de querermos os resultados instantaneamente, porém esses resultados refletirão ainda por 5 ou 6 anos, ou seja, é preciso ter uma visão à médio e longo prazo, e não pontualmente no aqui e agora. Trazendo uma contextualização sobre o assunto, Henning cita Burle Marx, que criou um projeto maravilhoso de paisagismo, mas sabia que não iria ver isso em vida, pois as árvores demorariam mais de 40 anos para compor o projeto completo. Se aplicamos essa ideia ao setor da saúde, é mais ou menos isso. O que estamos fazendo hoje, teremos resultados daqui 10, 20 ou 30 anos. “A cadeia da saúde (…) precisa entender que as ações de curto prazo têm um reflexo brutal no longo prazo. Na hora que todos entenderem e se certificarem disso, teremos um setor que vai fluir e vai ser muito bonito. Mas tem chão ainda, e temos que trabalhar para isso acontecer”.
Henning também fala sobre a conscientização dessas transformações e prazos, principalmente na saúde suplementar, ao consumidor final de todos os processos estabelecidos, que são os pacientes, e diante dos planos de saúde.
Junto à liderança de startups, que visam ações de curto prazo, Dani quer saber qual foi o maior desafio que seu entrevistado enfrentou, principalmente lidando com saúde, que tem o oposto do que uma startup propõe, e ele prontamente fala sobre se criar uma previsibilidade, mapear riscos e não agir por impulso. É preciso pensar não só no objetivo, mas todo o caminho para se alcançá-lo. Para transformar algo é preciso entender sua cadeia. Um executivo que está na área da saúde precisa se inteirar de assuntos básicos, iniciando por uma anamnese3, e ir se inserindo no contexto da saúde, para desenvolver um diálogo aberto e franco, fazendo o máximo de perguntas bobas até aprender. O mesmo acontece do outro lado. O corpo clínico precisa entender que ele existe por causa de investimentos, da capacidade de geração de recursos para dar instrumentos para ele exercer sua função, e isso envolve os outros segmentos que não são só a medicina. “Nós, muitas vezes criticamos o SUS, mas o problema não está só na verba em si, mas está também na gestão. Nenhuma ‘saúde’ funciona corretamente se ela não tiver uma gestão adequada. É preciso ter equilíbrio dos dois lados para a ‘coisa’ andar, e é um exercício de resiliência, de humildade e de constante aprendizado de todos os envolvidos no processo”.
O episódio ainda trará muitas outras questões e você, certamente, se envolverá e só se dará conta quando ele acabar.
As pessoas encontram o Henning pelo site www.jhdconsult.com.br, pelo e-mail he*****@jh********.br e LinkedIn https://www.linkedin.com/in/henningdornbusch/
Confira o episodio completo: https://open.spotify.com/episode/7awx2dZjE1WBAvNPh1F8Bp?si=3f38035ac07d412f