Siemens inaugura museu de tecnologia médica na Alemanha
MedMuseum fica em fábrica histórica da empresa de 1893. Exposição busca traçar linha evolutiva de equipamentos para assistência
A Siemens, uma das maiores empresas do mercado global de equipamentos médicos, inaugurou este mês em Erlangen, na Alemanha, o MedMuseum. Com área de 400 m², o espaço busca mostrar a história da tecnologia na área da saúde, setor em que a multinacional tua há mais de 160 anos.
Inovações importantes e seus inventores são apresentados em formato multimídia para contar a história da tecnologia médica desde meados do século XIX até os dias de hoje. O espaço expõe peças selecionadas, como os primeiros sistemas da Siemens de raios-X, tomografia computadorizada e ressonância magnética, ao mesmo tempo em que fornece informações explicativas sobre a origem e funcionalidade das tecnologias.
O MedMuseum também mostra o desenvolvimento das várias empresas que precederam a Siemens Healthcare. Apresenta ainda o desenvolvimento das várias tecnologias, como diagnósticos por imagens e laboratoriais, destacando figuras pioneiras neste processo.
História A empresa começou com Werner Siemens, que, em 1844, colocou em prática, pela primeira vez, uma de suas invenções para fins médicos, usando eletricidade para tratar a dor de dente de seu irmão Friedrich. Apenas três anos depois, Siemens se uniu a Johann Georg Halske para fundar a Siemens & Halske, empresa sediada em Berlim que produzia equipamentos eletromecânicos e telégrafos.
Em Erlangen, Erwin Moritz Reiniger se juntou a Max Gebbert e Karl Schall para constituir a empresa de tecnologia médica Reiniger, Gebbert & Schall (RGS), que, não muito tempo depois, viria a fornecer tubos de raios-X ao Wilhelm Conrad Röntgen, o inventor dos raios-X. É na histórica oficina mecânica da fábrica da RGS, de 1893, que fica hoje o Siemens MedMuseum, a poucas centenas de metros da atual sede da divisão de tecnologia médica da Siemens.
Sombras e imagens O museu dedica espaço aos primórdios da tecnologia médica, apresentando a eletromedicina na forma de aparelhos de eletroestimulação. Dentre os destaques, encontram-se a bateria de placas mergulhadas em líquido, de Reiniger – a peça mais antiga em exposição, de 1886 – e, especialmente, as imagens por raios-X, que contam com uma área de exposição própria intitulada “imagens de sombras”.
O uso de raios-X na virada do século XX lançou a base para as imagens médicas. Uma unidade do equipamento de 1902, projetada por Friedrich Dessauer, é testemunha desses primeiros anos. Não muito depois, foram descobertos também os outros efeitos da exposição aos raios-X, e a radioterapia se tornou uma parte consagrada da medicina, com efeitos comprovados. O MedMuseum também recorda os problemas enfrentados pelos primeiros usuários da tecnologia de raios-X, que ainda não conheciam os seus riscos.
A área de “fatias e seções” trata de uma época relativamente recente das imagens médicas: em fatias ultrafinas, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética visualizam o interior do corpo. Os primeiros sistemas Siemens dos dois tipos – o aparelho de ressonância magnética Magnetom (1983) e o tomógrafo computadorizado Siretom (1975) – estão expostos no Siemens MedMuseum. Ao lado, em uma área dedicada às imagens por ultrassom, é exibida uma revolução na tecnologia de ultrassom: o Vidoson, que foi lançado em 1965 e permitiu a exibição de imagens de ultrassom em tempo real e, portanto, a observação de movimentos no corpo.
Passeio Muitas estações dispõem de tablets que oferecem informações e imagens adicionais aos visitantes do museu. Um mapa-múndi digital ilustra como a Siemens Healthcare se desenvolveu globalmente. A “janela para o arquivo” virtual permite que os convidados saibam mais sobre o trabalho realizado pelo Siemens Medical Archive, que fica logo ao lado, além de explorar como a forma e o design definem o visual dos aparelhos.
Em todo o museu há sempre uma ligação com o lugar histórico: em diversas estações, os visitantes do Siemens MedMuseum podem dar uma olhada melhor na antiga oficina mecânica da década de 1890.
No futuro serão realizadas exposições especiais para apresentar novidades sobre as várias áreas temáticas abordadas no museu. O moderno anexo do edifício oferece mais 100 m² de área destinada a estas exposições.