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DE PREFERÊNCIA, À NOITE. É O QUE SUGEREM ESTUDOS QUE AVALIAM O IMPACTO DO SONO NA SAÚDE HUMANA.
Dormir uma boa noite de sono é como fazer uma faxina em seu cérebro. Um sistema biológico, descoberto no ano passado por cientistas, é o responsável por afastar resíduos neurais de forma mais intensa quando a pessoa está em repouso do que quando está ativa.
A revelação foi feita em um estudo conduzido por Dr. Maiken Nedergaard, co-diretor do Center For Translational Neuromedicine da Universidade de Rochester, no ano passado. “Temos um sistema de limpeza que praticamente para de funcionar quando estamos acordados”, disse, segundo o site NBC News.
Essa notícia é boa não apenas para uma maior compreensão científica do processo do sono, mas também para pesquisas sobre novas formas de tratar doenças como Alzheimer, que está associada a um acúmulo de toxinas no cérebro. Outro estudo, também de 2013, mostrou que dormir menos de seis horas por noite, durante uma semana, afeta negativamente a saúde. A falta de descanso perturba a atividade de mais de 700 de genes. Entre eles, os que controlam o metabolismo e a resposta do organismo ao estresse.
As consequências de noites mal dormidas em sequência é, por exemplo, o aumento de risco de doenças cardíacas, diabetes, obesidade, estresse e depressão. “A surpresa foi que a diferença entre os períodos de tempo de sono medidos foram relativamente pequenos, mas geraram esses impactos”, disse o professor Derk-Jan Dijk, diretor do Centro de Pesquisa do Sono da Universidade de Surrey e líder do estudo, segundo o jornal inglês The Guardian. “É uma indicação de que a restrição de sono está fazendo mais do que simplesmente fazer você se sentir cansado”
Outras pesquisas indicam que não é só uma questão de tempo de descanso – mas também da hora em que a pessoa escolhe para repousar. O relógio biológico humano, que controla os ciclos de tempo de vigília em relação ao de sono, funciona de acordo com os turnos do dia e da noite. Segundo o site do National Institutes of Health (NIH), uma agência de pesquisa americana, “aqueles que trabalham no turno da noite, naturalmente, vão se sentir sonolentos quando escurecer. Esse conflito, criado pelo esforço de manter o cérebro ativo durante a noite, leva a uma diminuição nas habilidades cognitivas e motoras (…) O relógio biológico pode ser alterado de sua natureza apenas em uma a duas horas por dia.”
Um dos impactos de trocar o dia pela noite, segundo o NIH, é na liberação da melatonina, um hormônio produzido pela glândula pineal e responsável pela regulação do sono. Não à toa, seus níveis aumentam durante a noite, com o estímulo da escuridão, e declinam ao amanhecer.
Há outros estudos, entretanto, que indicam que, há, sim, pessoas propensas a trabalhar melhor à noite do que de dia. Segundo pesquisadores da Escola de Economia de Londres, essas pessoas costumam ter o QI mais alto do que as que acordam cedo e trabalham durante o dia. Porém, são menos confiáveis e mais propensas a sofrer de depressão e vícios diversos, quando comparados com aqueles que dormem e acordam cedo.
fonte: http://epocanegocios.globo.com