Empreender na saúde é um grande desafio, mas recompensador
O mercado de startups em saúde vem se movimentando a cada ano. Ideias inovadoras podem se tornar promissoras com suas soluções muitas vezes práticas e inéditas.
A You Care tem acompanhado e se motivado com toda essa movimentação. Com foco na co criação de valor entre as empresas do setor, vê nas startups uma revolução da saúde com aumento na entrega de valor para o PACIENTE.
Nossa diretora, Daniela Camarinha, participou do Startup Weekend Health realizado pela Berrine Ventures, em julho deste ano, onde pode vivenciar muitas dessas ideias. Uma delas, e que foi a vencedora, Minha Voz hoje conta com o apoio e a mentoria de empresas e profissionais do setor.
Próximos do evento Desafio Pfizer, que acontecerá entre os dias 27 e 28 de setembro, dentro o HIS – Hospital Inovation Show, entrevistamos a idealizadora do projeto “minha voz” Marina Vaz. Ela nos conta os detalhes de como surgiu a ideia e como anda a empresa atualmente.
YC: Como surgiu a ideia do projeto Minha Voz?
Marina: Meu pai teve um câncer de cabeça e pescoço e no processo de crescimento do tumor ele foi perdendo a habilidade falar algumas coisas. Eu instintivamente ia gravando palavras que ele gostava muito de falar só para ter guardado, sem saber o que fazer com isso. Hoje, com o advento do waze com vozes personalizadas como a do Fábio Porchat, percebi que talvez as vozes pudessem ser usadas de forma mais eficaz para que pessoas que não conseguem falar consigam se comunicar com mais personalidade e mais identidade.
YC: Quais foram os principais desafios no desenvolvimento desse projeto?
Marina: Trabalhar com um time de pessoas que tinha acabado de conhecer foi o primeiro desafio. Porém como todos estavam no barco por acreditar na ideia, a equipe foi entrando em sintonia muito rapidamente.
Outro desafio foi validar o valor da voz com as pessoas. Descobrimos que a carência na área de comunicação assistiva vai muito além da voz robotizada: a defasagem tecnológica nessa área é abissal se comparado à tecnologia que temos à nossa disposição atualmente. Então quando perguntávamos se as pessoas teriam interesse em se comunicar com a própria voz a resposta várias vezes vinha sob a forma de “primeiro eu quero conseguir me comunicar”.
A partir daí o próximo desafio foi como construir um produto que pudesse ser apresentado no pitch final do startup weekend e decidimos focar em mostrar o quanto da identidade da pessoa tem na voz e o quanto se perde na comunicação quando feita sem ela. Conhecemos a Ana Amália Barbosa, doutora em Artes, que teve um AVC com síndrome locked-in e ela nos mostrou um VHS dela dando aula antes do AVC. Recortamos a voz dela em frases e palavras úteis que tinham no vídeo e colocamos em uma interface que ela pudesse indicar o que quisesse falar.
YC: Como está sendo a repercussão do projeto depois da startup Wekeend? O que já mudou desde então?
Marina: O Startup Weekend foi uma excelente validação de que estávamos no caminho certo e uma excelente oportunidade para conhecer pessoas que estão agora nos ajudando a fazer o projeto acontecer. Entre eles, a consultoria da FMC, a mentoria da Berrini Ventures, do Flávio Camilo, diretor da Orion Digital e da Injoy Marketing tem sido fundamentais pra manter a gente no trilho.
Agora, um mês e meio depois do evento o whatsapp ainda não parou. E como ninguém foi pro Startup Weekend desempregado, equilibrar agendas tem sido o mais complicado, ainda mais com parte da equipe morando em Brasília. Mas nos dividimos em tarefas e temos avanços toda semana. Seguimos validando e entre as principais mudanças no projeto desde o startup weekend estão a ampliação do escopo do projeto e a mudança do nome de Minha Voz para Soulvox. Agora focamos em oferecer ao usuário uma solução integrada de comunicação assistiva com a própria voz e não só a voz. Queremos aliar inteligência artificial e machine learning à comunicação assistiva com rastreamento de movimentos faciais e gestos. O objetivo final é que o usuário possa, apenas com um olhar, falar uma frase com a própria voz, sem a necessidade de soletrar.
YC: Agora, quais são os próximos passos para tornar a ideia um produto e comercializa-lo?
Marina: Agora o próximo passo é o desenvolvimento tecnológico. Estamos tentando construir parcerias com quem já tem tecnologias desenvolvidas que possam ser adaptadas ao nosso projeto. Temos importantes reuniões marcadas nesse mês e quem sabe ja já consigo dar melhores notícias.
YC: Como você vê o projeto Minha voz daqui há 3 anos?
Marina: Vejo o Minha Voz conseguindo destrancar pessoas que estão presas no próprio corpo, dando personalidade e identidade na comunicação de quem tem um corpo que não corresponde ao que está no cérebro.
YC: Como os interessados podem apoiar o projeto?
Marina: Como temos pivotado bastante ainda não montamos um site, mas a nossa página do facebook está lá e fizemos um twitter @SOULVOX_
Nos acompanhe por esses meio que divulgaremos nossos avanços e qualquer coisa mais pessoal nosso email contato@soulvox.me também já está disponível.