skip to Main Content

PRESIDENTE DA FENASAÚDE FALA SOBRE OS DESAFIOS DO SETOR

Solange_Folha_1_P1_8048
Solange Beatriz Palheiro Mendes, Presidente da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), esteve no 2º Congresso Internacional de Gestão em Saúde ABRAMED, onde apresentou aos participantes, representantes de entidades, instituições e Governo, a atual situação do setor de planos de saúde privados.
A queda de beneficiários, ao contrário do que deveria ocorrer, não impactou na diminuição das despesas (principal indicador deste segmento), pelo contrário:
– De julho/16 a julho/17, os planos médicos tiveram queda de 1,4% no total de beneficiários (47,4 milhões de beneficiários).
– 2016 teve alta de 11,7% na receita em relação a 2015 (160,5 BI)
– E no mesmo ano a despesa aumentou 13,6% (133,7 BI)
Neste contexto, o Blog You Care fez uma breve entrevista com Solange abordando a sustentabilidade do setor e os possíveis novos modelos de pagamento:
YC: Há 10 anos, a FenaSaúde vem representando um número expressivo de operadoras de saúde privadas no Brasil. Muitos são os desafios: regulação, novas tecnologias, custos de prestação elevados, má utilização dos recursos, doenças crônicas, aumento da expectativa de vida, entre outros. Como o setor de medicina diagnóstica pode contribuir com as operadoras para garantir a sustentabilidade do setor?
Solange: Entendemos que todos que atuam no setor de saúde suplementar devem trabalhar com foco em evitar a má utilização dos recursos, em especial quando isto pode causar danos ao paciente. Um dos principais desafios é impedir o aumento dos custos assistenciais provenientes de desperdícios. E esse desafio deve ser enfrentado por todos os agentes dessa cadeia, inclusive a medicina diagnóstica.
Já faz parte da gestão das operadoras o combate aos desperdícios e fraudes em prol do cuidado à saúde dos beneficiários, e como forma de diminuir a escalada dos custos na área médica. O combate ao desperdício é uma prática do dia a dia das operadoras, que buscam junto aos profissionais de saúde a conscientização de que os excessos de procedimentos podem trazer prejuízo ao cuidado à saúde, quando os pacientes são submetidos a procedimentos desnecessários que também acabam por onerar as despesas assistenciais. No fim, além do dano à saúde, esse gasto adicional contribui para aumentar o valor das mensalidades dos planos.
Para combater eventuais fraudes e desperdícios na realização de procedimentos médicos, as associadas à FenaSaúde realizam uma série de ações e cobram postura semelhante dos demais atores da cadeia de saúde. Dentre as medidas realizadas pelas empresas, está a segunda opinião médica que é fundamental para preservar a integridade física e mental dos pacientes, evitando que se tornem vítimas de intervenções desnecessárias, inclusive cirúrgicas; e cobrar transparência dos preços cobrados pela indústria da saúde. A junta médica e odontológica, conforme preconizado pela regulamentação da ANS, também pode ser necessária para dirimir as divergências entre a operadora e o profissional de saúde assistencial, para decidir sobre a pertinência ou não no pedido.
YC: Qual a opinião das operadoras sobre os modelos de remuneração Capitation, Bundled Services e DRG, que vem sendo estudados fora do Brasil? Você vê essa possibilidade no em nosso país, especialmente na área laboratorial e hospitalar? Cite as iniciativas da entidade nesse sentido.
Solange: De maneira geral, a adoção de modelo único não será suficiente para a realidade brasileira, ao menos no curto prazo.
Diante desta crise que provocou a evasão de beneficiários e do aumento recorde de custos assistenciais, é imprescindível que os planos de saúde e os serviços de saúde, testem novos modelos de remuneração que levem em conta a qualidade do serviço prestado e não mais a quantidade de procedimentos realizados.
Atualmente o que prevalece é o fee for servisse (pagamento por serviços). Neste modelo, quanto mais insumos e procedimentos forem utilizados na rede de serviços de saúde, maior será a remuneração. Isto estimula o desperdício e o aumento de custos para os planos. É preciso discutir o tema remuneração de forma mais aprofundada, com foco na sustentabilidade do setor. O modelo diferenciado de remuneração deve também estar alinhado a um novo modelo de assistência.
Entre os modelos que já estão sendo utilizados em outros países, vale destacar:
Capitation: valor fixo de remuneração para o médico/clínica de acordo com o número de beneficiários sob sua responsabilidade. O valor da remuneração é baseado na expectativa de uso dos serviços de saúde.
Pagamento por performance: oferece incentivos (ou punições) financeiras para prestadores de serviços que atingem determinados resultados (desfechos clínicos).
Orçamento global: meta ou limite para o gasto da unidade de saúde.
Diagnosis-related groups (DRG): pagamento por casos, classificados em grupos homogêneos no padrão de consumo de recursos. Baseia-se na classificação exaustiva do caso específico do paciente e pagamento por taxa básica multiplicada pelo peso do custo relativo de cada caso.
Bundle: DRG + honorários médicos + intercorrências
Solange_Folha_1_P1_8048
Solange Beatriz Palheiro Mendes, Presidente da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), esteve no 2º Congresso Internacional de Gestão em Saúde ABRAMED, onde apresentou aos participantes, representantes de entidades, instituições e Governo, a atual situação do setor de planos de saúde privados.
A queda de beneficiários, ao contrário do que deveria ocorrer, não impactou na diminuição das despesas (principal indicador deste segmento), pelo contrário:
– De julho/16 a julho/17, os planos médicos tiveram queda de 1,4% no total de beneficiários (47,4 milhões de beneficiários).
– 2016 teve alta de 11,7% na receita em relação a 2015 (160,5 BI)
– E no mesmo ano a despesa aumentou 13,6% (133,7 BI)
Neste contexto, o Blog You Care fez uma breve entrevista com Solange abordando a sustentabilidade do setor e os possíveis novos modelos de pagamento:
YC: Há 10 anos, a FenaSaúde vem representando um número expressivo de operadoras de saúde privadas no Brasil. Muitos são os desafios: regulação, novas tecnologias, custos de prestação elevados, má utilização dos recursos, doenças crônicas, aumento da expectativa de vida, entre outros. Como o setor de medicina diagnóstica pode contribuir com as operadoras para garantir a sustentabilidade do setor?
Solange: Entendemos que todos que atuam no setor de saúde suplementar devem trabalhar com foco em evitar a má utilização dos recursos, em especial quando isto pode causar danos ao paciente. Um dos principais desafios é impedir o aumento dos custos assistenciais provenientes de desperdícios. E esse desafio deve ser enfrentado por todos os agentes dessa cadeia, inclusive a medicina diagnóstica.
Já faz parte da gestão das operadoras o combate aos desperdícios e fraudes em prol do cuidado à saúde dos beneficiários, e como forma de diminuir a escalada dos custos na área médica. O combate ao desperdício é uma prática do dia a dia das operadoras, que buscam junto aos profissionais de saúde a conscientização de que os excessos de procedimentos podem trazer prejuízo ao cuidado à saúde, quando os pacientes são submetidos a procedimentos desnecessários que também acabam por onerar as despesas assistenciais. No fim, além do dano à saúde, esse gasto adicional contribui para aumentar o valor das mensalidades dos planos.
Para combater eventuais fraudes e desperdícios na realização de procedimentos médicos, as associadas à FenaSaúde realizam uma série de ações e cobram postura semelhante dos demais atores da cadeia de saúde. Dentre as medidas realizadas pelas empresas, está a segunda opinião médica que é fundamental para preservar a integridade física e mental dos pacientes, evitando que se tornem vítimas de intervenções desnecessárias, inclusive cirúrgicas; e cobrar transparência dos preços cobrados pela indústria da saúde. A junta médica e odontológica, conforme preconizado pela regulamentação da ANS, também pode ser necessária para dirimir as divergências entre a operadora e o profissional de saúde assistencial, para decidir sobre a pertinência ou não no pedido.
YC: Qual a opinião das operadoras sobre os modelos de remuneração Capitation, Bundled Services e DRG, que vem sendo estudados fora do Brasil? Você vê essa possibilidade no em nosso país, especialmente na área laboratorial e hospitalar? Cite as iniciativas da entidade nesse sentido.
Solange: De maneira geral, a adoção de modelo único não será suficiente para a realidade brasileira, ao menos no curto prazo.
Diante desta crise que provocou a evasão de beneficiários e do aumento recorde de custos assistenciais, é imprescindível que os planos de saúde e os serviços de saúde, testem novos modelos de remuneração que levem em conta a qualidade do serviço prestado e não mais a quantidade de procedimentos realizados.
Atualmente o que prevalece é o fee for servisse (pagamento por serviços). Neste modelo, quanto mais insumos e procedimentos forem utilizados na rede de serviços de saúde, maior será a remuneração. Isto estimula o desperdício e o aumento de custos para os planos. É preciso discutir o tema remuneração de forma mais aprofundada, com foco na sustentabilidade do setor. O modelo diferenciado de remuneração deve também estar alinhado a um novo modelo de assistência.
Entre os modelos que já estão sendo utilizados em outros países, vale destacar:
Capitation: valor fixo de remuneração para o médico/clínica de acordo com o número de beneficiários sob sua responsabilidade. O valor da remuneração é baseado na expectativa de uso dos serviços de saúde.
Pagamento por performance: oferece incentivos (ou punições) financeiras para prestadores de serviços que atingem determinados resultados (desfechos clínicos).
Orçamento global: meta ou limite para o gasto da unidade de saúde.
Diagnosis-related groups (DRG): pagamento por casos, classificados em grupos homogêneos no padrão de consumo de recursos. Baseia-se na classificação exaustiva do caso específico do paciente e pagamento por taxa básica multiplicada pelo peso do custo relativo de cada caso.
Bundle: DRG + honorários médicos + intercorrências
Sobre a FenaSaúde
Constituída em fevereiro de 2007, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) representa 18 grupos de operadoras de planos privados de assistência à saúde, totalizando 23 empresas dentre 1.173 operadoras em atividade com beneficiários.
A Federação é presidida por Solange Beatriz Palheiro Mendes, conselheira da SulAmérica Saúde, e tem como diretor-executivo o economista e ex-ministro da Previdência Social, José Cechin. A atual diretoria da FenaSaúde é composta por 14 membros e foi eleita em fevereiro de 2016 para mandato de 3 anos.

Close search
Carrinho
Back To Top
× Fale no WhatsApp!