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OPINIÃO DE ESPECIALISTA: LABORATÓRIOS CLÍNICOS E A SAÚDE SUPLEMENTAR

A You Care busca contribuir cada vez mais com o desenvolvimento e sustentabilidade do setor de saúde.
Participamos e acompanhamos discussões, eventos, notícias, tendências e compartilhamos com nossa rede através do Radar Saúde News, do nosso blog e redes sociais.
Contudo, entendemos que ainda não é suficiente. Por isso criamos uma nova linha editorial para nosso blog, intitulada “Opinião de Especialista”, onde queremos ouvir e disseminar a opinião de profissionais renomados sobre os temas mais relevantes do setor de saúde.
Nosso primeiro convidado é o Dr. Wilson Shcolnik, Gerente de Relações Públicas do Grupo Fleury e Diretor de Acreditação e Qualidade na SBPC (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica), que nos atendeu prontamente e nos ajudou a entender melhor questões importantes, que impactam os laboratórios clínicos e a saúde suplementar.
employee of the Month (4)
Segundo a FenaSaúde, o volume de exames realizados por pacientes da saúde suplementar em 2016 foi 20,8% maior comparado a 2015. A quantidade de consultas médicas realizadas também cresceu (12,7%).
Além dessa questão, muito se fala sobre desperdício de exames como um ponto crítico do setor não apenas pelo impacto nos custos quanto no diagnóstico e tratamento.
You Care:
Quais os principais motivos de aumento dos custos em exames laboratoriais na saúde suplementar? Podemos afirmar que esse aumento está diretamente relacionado com o momento econômico do país, ao empoderamento do cliente com acesso irrestrito a informações e as novas tecnologias que não necessariamente substituem outras?
Dr. Wilson:
Conhecemos a seriedade da FenaSaúde e suas iniciativas no sentido de dar sustentabilidade ao sistema de saúde suplementar, onde além das seguradoras, coexistem interesses de empresas contratantes de planos, pacientes e prestadores de serviços de saúde, esses últimos, não custa lembrar, são os quem efetivamente entregam os serviços contratados.
Em relação aos dados divulgados pela FenaSaúde, não posso assegurar que esse número fornecido seja o verificado apenas entre as empresas constituintes dessa entidade, ou se ele poderia ser replicado também para os demais segmentos de Operadoras de planos de saúde (cooperativas, medicina de grupo e autogestões).
O número de consultas médicas pode variar em função do perfil de beneficiários dos planos de saúde. Sabemos que beneficiários acima de 60 anos, por exemplo, tendem a utilizar mais o sistema de saúde e, certamente, esse dado é considerado nos cálculos atuariais realizados pelas Operadoras para a precificação das mensalidades.
Em 2014 o número de consultas em países da OCDE, por exemplo, foi de cerca de 7,1/beneficiários enquanto no Brasil foi de 5,9/beneficiários.
O custo dos exames laboratoriais, segundo dados apresentados recentemente pela FenaSaúde foi o que menos cresceu, em relação a outros segmentos da assistência (internações hospitalares, órteses/próteses/materiais especiais).
Cabe lembrar que as despesas com exames laboratoriais no país que mais desperdiça (Estados Unidos da America do Norte) correspondem a cerca de 2,3 % dos custos totais da assistência , e na Alemanha, a cerca de 1,4% dos custos totais da assistência (dados de 2013).
Embora ainda não tenhamos dados dos custos totais de exames laboratoriais no Brasil, não acredito que o número seja muito diferente dos países citados.
Depois da promulgação da lei 13003 e sua respectiva regulamentação pela ANS, temos notícias de que reajustes concedidos aos laboratórios clínicos não tem sido suficientes para repor a inflação. Assim, o setor não pode ser responsabilizado pelos desequilíbrios verificados, que colocam em risco a sustentabilidade da saúde suplementar. Na esfera do SUS observamos que o mesmo fenômeno se repete, com maior gravidade, devido à ausência de reajustes ha anos.
You Care:
No que diz respeito ao desperdício de exames laboratoriais no setor, como estamos em relação às métricas globais e o quanto o aumento do diálogo entre os prestadores de serviços laboratoriais e os outros stakeholders pode melhorar esse entendimento e ainda reforçar o quanto os exames contribuem para o diagnóstico do médico?
Dr. Wilson:
Com relação ao aumento do número de exames laboratoriais realizados, sabemos que existem vários fatores que podem justificar o aumento da utilização, entre esses: maior investimento em prevenção e promoção da saúde (utilização crescente de exames para fins de rastreamento), envelhecimento, aumento de doenças crônico-degenerativas, descumprimento de protocolos baseados em evidências científicas.
Não podemos negar que há indicações inadequadas e algumas vezes, excessos na solicitação de exames. Esse fato abre grande oportunidade para que o número de exames seja reduzido se algumas medidas fossem implementadas, muitas delas com participação direta de diretores de laboratórios.
O patologista clínico poderia contribuir, por exemplo, com atualização e educação médica; formulação de protocolos clínicos; consultoria sobre exames mais indicados para situações clínicas não frequentes. Esse é um desafio que deverá ser enfrentado por profissionais de laboratório, juntamente com as equipes de assistência à saúde.
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Mantenha-se atualizado sobre notícias e eventos da saúde. Envie um e-mail para relacionamento@youcare.com.br e solicite a assinatura da nossa newsletter, o Radar Saúde News.A You Care busca contribuir cada vez mais com o desenvolvimento e sustentabilidade do setor de saúde.
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Contudo, entendemos que ainda não é suficiente. Então criamos uma nova linha editorial para nosso blog, intitulada “Opinião de Especialista”, onde queremos ouvir e disseminar a opinião de profissionais renomados sobre os temas mais relevantes do setor de saúde.
Nosso primeiro convidado é o Dr. Wilson Shcolnik, Gerente de Relações Públicas do Grupo Fleury e Diretor de Acreditação e Qualidade na SBPC (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica), que nos atendeu prontamente e nos ajudou a entender melhor questões importantes, que impactam os laboratórios clínicos e a saúde suplementar.
employee of the Month (4)
Segundo a FenaSaúde, o volume de exames realizados por pacientes da saúde suplementar em 2016 foi 20,8% maior comparado a 2015. A quantidade de consultas médicas realizadas também cresceu (12,7%).
Além dessa questão, muito se fala sobre desperdício de exames como um ponto crítico do setor não apenas pelo impacto nos custos quanto no diagnóstico e tratamento.
You Care:
Quais os principais motivos de aumento dos custos em exames laboratoriais na saúde suplementar? Podemos afirmar que esse aumento está diretamente relacionado com o momento econômico do país, ao empoderamento do cliente com acesso irrestrito a informações e as novas tecnologias que não necessariamente substituem outras?
Dr. Wilson:
Conhecemos a seriedade da FenaSaúde e suas iniciativas no sentido de dar sustentabilidade ao sistema de saúde suplementar, onde além das seguradoras, coexistem interesses de empresas contratantes de planos, pacientes e prestadores de serviços de saúde, esses últimos, não custa lembrar, são os quem efetivamente entregam os serviços contratados.
Em relação aos dados divulgados pela FenaSaúde, não posso assegurar que esse número fornecido seja o verificado apenas entre as empresas constituintes dessa entidade, ou se ele poderia ser replicado também para os demais segmentos de Operadoras de planos de saúde (cooperativas, medicina de grupo e autogestões).
O número de consultas médicas pode variar em função do perfil de beneficiários dos planos de saúde. Sabemos que beneficiários acima de 60 anos, por exemplo, tendem a utilizar mais o sistema de saúde e, certamente, esse dado é considerado nos cálculos atuariais realizados pelas Operadoras para a precificação das mensalidades.
Em 2014 o número de consultas em países da OCDE, por exemplo, foi de cerca de 7,1/beneficiários enquanto no Brasil foi de 5,9/beneficiários.
O custo dos exames laboratoriais, segundo dados apresentados recentemente pela FenaSaúde foi o que menos cresceu, em relação a outros segmentos da assistência (internações hospitalares, órteses/próteses/materiais especiais).
Cabe lembrar que as despesas com exames laboratoriais no país que mais desperdiça (Estados Unidos da America do Norte) correspondem a cerca de 2,3 % dos custos totais da assistência , e na Alemanha, a cerca de 1,4% dos custos totais da assistência (dados de 2013).
Embora ainda não tenhamos dados dos custos totais de exames laboratoriais no Brasil, não acredito que o número seja muito diferente dos países citados.
Depois da promulgação da lei 13003 e sua respectiva regulamentação pela ANS, temos notícias de que reajustes concedidos aos laboratórios clínicos não tem sido suficientes para repor a inflação. Assim, o setor não pode ser responsabilizado pelos desequilíbrios verificados, que colocam em risco a sustentabilidade da saúde suplementar. Na esfera do SUS observamos que o mesmo fenômeno se repete, com maior gravidade, devido à ausência de reajustes ha anos.
You Care:
No que diz respeito ao desperdício de exames laboratoriais no setor, como estamos em relação às métricas globais e o quanto o aumento do diálogo entre os prestadores de serviços laboratoriais e os outros stakeholders pode melhorar esse entendimento e ainda reforçar o quanto os exames contribuem para o diagnóstico do médico?
Dr. Wilson:
Com relação ao aumento do número de exames laboratoriais realizados, sabemos que existem vários fatores que podem justificar o aumento da utilização, entre esses: maior investimento em prevenção e promoção da saúde (utilização crescente de exames para fins de rastreamento), envelhecimento, aumento de doenças crônico-degenerativas, descumprimento de protocolos baseados em evidências científicas.
Não podemos negar que há indicações inadequadas e algumas vezes, excessos na solicitação de exames. Esse fato abre grande oportunidade para que o número de exames seja reduzido se algumas medidas fossem implementadas, muitas delas com participação direta de diretores de laboratórios.
O patologista clínico poderia contribuir, por exemplo, com atualização e educação médica; formulação de protocolos clínicos; consultoria sobre exames mais indicados para situações clínicas não frequentes. Esse é um desafio que deverá ser enfrentado por profissionais de laboratório, juntamente com as equipes de assistência à saúde.
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