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Diagnóstico e tratamento de câncer: o futuro deve começar hoje!

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Aconteceu no Rio de Janeiro, de 07 a 10 de setembro, o 44th ISOBM Congresso Internacional da Sociedade de Oncologia e Biomarcadores.
Pela primeira vez sediado no Brasil, representa um grande avanço na discussão do tema no país e contou com o apoio da SBPC – Sociedade Brasileira de Patologia Clínica.
De acordo com a WHO – Word Health Organization até 2030 o número de casos de câncer crescerá cerca de 50% e o diagnóstico precoce, os tratamentos mais efetivos e personalizados poderão minimizar os efeitos em morbidade e mortalidade.
A You Care esteve presente para prestigiar o evento e entrevistar o presidente do congresso Dr. Adagmar Andriolo, médico Patologista Clínico e membro da diretoria no ISOBM.
Confira nossa conversa e a opinião desse importante especialista sobre o futuro do diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil.
YC: Como presidente do congresso e único brasileiro membro compondo a diretoria do ISOBM, quais as implicações para o Brasil de sediar pela primeira vez um congresso de tamanha magnitude?
Dr. Adagmar: As implicações de realizar um congresso deste tipo aqui no Brasil são várias. Primeiro, é sempre uma oportunidade de recebermos personalidades de destaque na área de oncologia, uma vez que vieram professores renomados. Outra vantagem é a facilidade dos nossos pesquisadores se apresentarem frente aos estrangeiros, mostrando seu trabalho. O congresso permite não só a atualização de conhecimentos, mas o contato pessoal com diversos pesquisadores, abrindo portas para o estabelecimento de trabalhos em parceria. Ocorrendo aqui no Brasil, motivamos colegas de toda a América Latina, pela proximidade. Dessa fora, entendemos que facilitamos, ainda que só um pouco, o estabelecimento de uma nova posição frente ao câncer.
YC: O crescimento de casos de câncer nos próximos anos trará decorrências diversas, inclusive no aumento do custo da saúde. Pensando nisso, o diagnóstico precoce e tratamentos mais personalizados podem contribuir de que forma?
Dr. Adagmar: Entendemos que a par do desenvolvimento de novos recursos terapêuticos, a possibilidade de diagnóstico precoce sempre será uma vantagem, com redução da morbidade e mortalidade por essa doença cuja incidência realmente tem aumentado. Hoje, no Brasil, o câncer se constitui na segunda causa de morte, excluídas as causas violentas. É superado apenas e por poucos pontos, pelas doenças cardiovasculares.
YC: Os médicos assistenciais e os laboratórios clínicos brasileiros estão preparados para oferecer a melhor orientação clínica e diagnóstica, bem como discutir os melhores tratamentos?
Dr. Adagmar: A área de oncologia como as demais áreas da medicina, é complexa e muito dinâmica. Dessa forma, podemos encontrar profissionais em diferentes estágios de conhecimento, assim como laboratórios com variadas competências diagnósticas. Este fato valoriza ainda mais a realização de encontros científicos para atualização e divulgação das novidades.
YC: Há alguma iniciativa, ou pode ser formulada, para reunir os principais stakeholders e iniciar um trabalho de padronização dos produtos diagnósticos (CTCs e cfDNA) oferecidos para cada patologia?
Dr. Adagmar: Algumas destas metodologias ainda são muito novas e estão se firmando em relação à sua utilidade. Claro que grupos de pesquisa, incluindo aqui, além dos pesquisadores básicos, os médicos clínicos, cirurgiões, as indústrias diagnóstica e farmacêutica, estão trocando informações e procurando uniformizar conceitos e procedimentos. Em alguns casos, o tempo de maturação é indispensável para uma correta avaliação da importância efetiva dos recursos diagnósticos.
YC: Como os planos de saúde e as empresas patrocinadoras desse benefício podem participar desse movimento no sentido de tomar atitudes preventivas mais eficazes, não apenas em melhor orientar os seus colaboradores, como também em desenvolver protocolos específicos de diagnóstico e tratamento de câncer?
Dr. Adagmar: Cada vez mais a prática de uma medicina personalizada se faz necessária, cabendo principalmente aos planos de saúde estimular e dar condições para que as pessoas se preocupem em buscar utilizar racionalmente os recursos diagnósticos e terapêuticos com vistas a prevenir quando possível, diagnosticar precocemente e tratar de forma efetiva, quando necessário. Em se tratando de câncer, o tempo sempre joga contra o paciente. Agilidade nas decisões é de fundamental importância para a obtenção de melhores resultados.
YC: O congresso reuniu um grande número de palestrantes internacionais e nacionais e trouxe à tona novos diagnósticos que não necessariamente são reembolsados pela saúde suplementar (por exemplo, o p2psa e os testes de biópsia líquida). Como ampliar o acesso a esses testes e ao mesmo tempo não aumentar os custos na saúde?
Dr. Adagmar: Sim, tivemos 16 palestrantes nacionais e 32 estrangeiros. As dificuldades em custear os novos procedimentos é uma preocupação real e deve ser enfrentada com a demonstração clara dos benefícios à saúde das pessoas que estes novos recursos diagnósticos trazem. Importante lembrar que com frequência, os valores gastos na prevenção e no diagnóstico precoce são muito inferiores aos necessários para o atendimento dos pacientes com doenças em estágios avançados. É uma questão simples de matemática, mas que envolve decisões em diferentes níveis de gerenciamento da saúde.
YC: Como as tecnologias, tem contribuído para o diagnóstico e tratamento de câncer? Na sua visão, como será a relação médico e máquina para tratar pacientes nos próximos cinco anos?
Dr. Adagmar: Indiscutivelmente. Nos últimos anos estamos assistindo a evolução surpreendente nas tecnologias voltadas para o diagnóstico e tratamento dos mais variados tipos de câncer. Mas estes recursos apenas oferecem aos profissionais mais informações para realizar o diagnóstico ou recursos para estabelecer um tratamento. São ferramentas e não dispensam a figura do profissional, que continua sendo uma peça importante por possuir a responsabilidade de assumir decisões. Os médicos deverão estar preparados para entender os dados fornecidos pelas máquinas e pesar os prós e contras de cada terapia possível.
Sobre Dr. Adagmar Andriolo
É Médico Patologista Clínico, Professor Associado da Disciplina de Medicina Laboratorial na Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo e Editor Chefe do Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial.
Dr. Adagmar é membro da Diretoria do ISOBM – International Society of Oncology and BioMarkers e ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial.
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Aconteceu no Rio de Janeiro, de 07 a 10 de setembro, o 44th ISOBM Congresso Internacional da Sociedade de Oncologia e Biomarcadores.
Pela primeira vez sediado no Brasil, representa um grande avanço na discussão do tema no país e contou com o apoio da SBPC – Sociedade Brasileira de Patologia Clínica.
De acordo com a WHO – Word Health Organization até 2030 o número de casos de câncer crescerá cerca de 50% e o diagnóstico precoce, os tratamentos mais efetivos e personalizados poderão minimizar os efeitos em morbidade e mortalidade.
A You Care esteve presente para prestigiar o evento e entrevistar o presidente do congresso Dr. Adagmar Andriolo, médico Patologista Clínico e membro da diretoria no ISOBM.
Confira nossa conversa e a opinião desse importante especialista sobre o futuro do diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil.
YC: Como presidente do congresso e único brasileiro membro compondo a diretoria do ISOBM, quais as implicações para o Brasil de sediar pela primeira vez um congresso de tamanha magnitude?
Dr. Adagmar: As implicações de realizar um congresso deste tipo aqui no Brasil são várias. Primeiro, é sempre uma oportunidade de recebermos personalidades de destaque na área de oncologia, uma vez que vieram professores renomados. Outra vantagem é a facilidade dos nossos pesquisadores se apresentarem frente aos estrangeiros, mostrando seu trabalho. O congresso permite não só a atualização de conhecimentos, mas o contato pessoal com diversos pesquisadores, abrindo portas para o estabelecimento de trabalhos em parceria. Ocorrendo aqui no Brasil, motivamos colegas de toda a América Latina, pela proximidade. Dessa fora, entendemos que facilitamos, ainda que só um pouco, o estabelecimento de uma nova posição frente ao câncer.
YC: O crescimento de casos de câncer nos próximos anos trará decorrências diversas, inclusive no aumento do custo da saúde. Pensando nisso, o diagnóstico precoce e tratamentos mais personalizados podem contribuir de que forma?
Dr. Adagmar: Entendemos que a par do desenvolvimento de novos recursos terapêuticos, a possibilidade de diagnóstico precoce sempre será uma vantagem, com redução da morbidade e mortalidade por essa doença cuja incidência realmente tem aumentado. Hoje, no Brasil, o câncer se constitui na segunda causa de morte, excluídas as causas violentas. É superado apenas e por poucos pontos, pelas doenças cardiovasculares.
YC: Os médicos assistenciais e os laboratórios clínicos brasileiros estão preparados para oferecer a melhor orientação clínica e diagnóstica, bem como discutir os melhores tratamentos?
Dr. Adagmar: A área de oncologia como as demais áreas da medicina, é complexa e muito dinâmica. Dessa forma, podemos encontrar profissionais em diferentes estágios de conhecimento, assim como laboratórios com variadas competências diagnósticas. Este fato valoriza ainda mais a realização de encontros científicos para atualização e divulgação das novidades.
YC: Há alguma iniciativa, ou pode ser formulada, para reunir os principais stakeholders e iniciar um trabalho de padronização dos produtos diagnósticos (CTCs e cfDNA) oferecidos para cada patologia?
Dr. Adagmar: Algumas destas metodologias ainda são muito novas e estão se firmando em relação à sua utilidade. Claro que grupos de pesquisa, incluindo aqui, além dos pesquisadores básicos, os médicos clínicos, cirurgiões, as indústrias diagnóstica e farmacêutica, estão trocando informações e procurando uniformizar conceitos e procedimentos. Em alguns casos, o tempo de maturação é indispensável para uma correta avaliação da importância efetiva dos recursos diagnósticos.
YC: Como os planos de saúde e as empresas patrocinadoras desse benefício podem participar desse movimento no sentido de tomar atitudes preventivas mais eficazes, não apenas em melhor orientar os seus colaboradores, como também em desenvolver protocolos específicos de diagnóstico e tratamento de câncer?
Dr. Adagmar: Cada vez mais a prática de uma medicina personalizada se faz necessária, cabendo principalmente aos planos de saúde estimular e dar condições para que as pessoas se preocupem em buscar utilizar racionalmente os recursos diagnósticos e terapêuticos com vistas a prevenir quando possível, diagnosticar precocemente e tratar de forma efetiva, quando necessário. Em se tratando de câncer, o tempo sempre joga contra o paciente. Agilidade nas decisões é de fundamental importância para a obtenção de melhores resultados.
YC: O congresso reuniu um grande número de palestrantes internacionais e nacionais e trouxe à tona novos diagnósticos que não necessariamente são reembolsados pela saúde suplementar (por exemplo, o p2psa e os testes de biópsia líquida). Como ampliar o acesso a esses testes e ao mesmo tempo não aumentar os custos na saúde?
Dr. Adagmar: Sim, tivemos 16 palestrantes nacionais e 32 estrangeiros. As dificuldades em custear os novos procedimentos é uma preocupação real e deve ser enfrentada com a demonstração clara dos benefícios à saúde das pessoas que estes novos recursos diagnósticos trazem. Importante lembrar que com frequência, os valores gastos na prevenção e no diagnóstico precoce são muito inferiores aos necessários para o atendimento dos pacientes com doenças em estágios avançados. É uma questão simples de matemática, mas que envolve decisões em diferentes níveis de gerenciamento da saúde.
YC: Como as tecnologias, tem contribuído para o diagnóstico e tratamento de câncer? Na sua visão, como será a relação médico e máquina para tratar pacientes nos próximos cinco anos?
Dr. Adagmar: Indiscutivelmente. Nos últimos anos estamos assistindo a evolução surpreendente nas tecnologias voltadas para o diagnóstico e tratamento dos mais variados tipos de câncer. Mas estes recursos apenas oferecem aos profissionais mais informações para realizar o diagnóstico ou recursos para estabelecer um tratamento. São ferramentas e não dispensam a figura do profissional, que continua sendo uma peça importante por possuir a responsabilidade de assumir decisões. Os médicos deverão estar preparados para entender os dados fornecidos pelas máquinas e pesar os prós e contras de cada terapia possível.
Sobre Dr. Adagmar Andriolo
É Médico Patologista Clínico, Professor Associado da Disciplina de Medicina Laboratorial na Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo e Editor Chefe do Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial.
Dr. Adagmar é membro da Diretoria do ISOBM – International Society of Oncology and BioMarkers e ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial.

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